
ESTRUTURA DA TRADIÇÃO
Acreditamos veementemente que os verdadeiros iniciadores de alguém são os Deuses. Cremos que um Sacerdote é meramente veículo para a realização da Iniciação. Assim sendo, o gênero do Iniciador não influenciará de forma alguma no processo de transmissão de poder, linhagem e ensinamentos ao Iniciado.
SOMOS UM CÍRCULO, DENTRO DE UM CÍRCULO
A prática da Arte em nossa Tradição se dá através de Covens, Groves e Círculos.
Um Coven é um grupo iniciático fechado com no máximo 13 membros, com fortes laços mágicos e de irmandade. Cada Coven possui suas leis, estruturas e diretrizes que pode variar substancialmente de um grupo para outro, mesmo estando dentro da mesma Tradição e praticando a mesma forma de Bruxaria.
O Grove é a extensão do Coven: um grupo iniciático maior, sem número predeterminado de membros, que é dirigido pelo Sacerdote e/ou Sacerdotisa de um Coven e algumas vezes por seus Elders, dependendo da estrutura e formação de cada grupo de prática.
Assim sendo, um Grove é formado através dos esforços dos membros de um Coven que participam ativamente na formação e instrução dos novatos. De acordo com nossa Tradição um Grove só pode ser formado e dirigido através de um Coven previamente estabelecido, sendo sempre parte integrante dele.
A Iniciação no interior de um Grove não liga seus membros diretamente ao Coven, mas sim à Tradição. Isso possibilita que indivíduos sejam treinados e instruídos dentro da Filosofia e forma da Arte que praticamos, fazendo com eles tenham uma experiência religiosa em grupo com bases sólidas e atinjam o perfil ideal para fundar e dirigir suas próprias comunidades no tempo certo, quando possuirem conhecimento suficiente para isso.
Um Coven e/ou Grove ainda pode possuir um ou mais Círculos externos, que oferecem programas de estudos e eventualmente selecionam interessados para fazer parte da comunidade interna. Estes Círculos destinam-se a instrução de pessoas sobres os aspectos mais genéricos e não secretos de nossa Tradição e prática e são fortemente direcionados ao modo Diânico da Arte. A participação em um Círculo externo não é garantia de que alguém entrará para a Tradição ou um grupo interno.
Quando um aluno completa seu ciclo de estudos e expressa o seu desejo de entrar para o Coven ou Grove, ele pode ou NÃO ser aceito para fazer parte do grupo que o está instruindo.
Nem todos os Covens e Groves possuem Círculos externos de estudos. Cada grupo é autônomo para decidir o que melhor funciona para a sua estrutura e comunidade.

LABRYS
De todo os símbolos religiosos da antiga Creta, o Labrys era o mais sagrado. Machados duplos estilizados abençoavam os santuários, casas e palácios Cretenses.
O Labrys encontrado em representações Minoanas antigas da Deusa Mãe onde seu simbolismo está diretamente relacionado ao labirinto. A palavra labirinto significa "Casa do Labrys", invocando a presença da Deusa e seu poder regenerador. A palavra "Labrys" também está relacionada a mesma raiz do latino labus, que significa lábios e liga o machado de dois gumes diretamente ao orgão sexual feminino.
A Casa do Labrys, então, é literalmente o santuário que inclui o ícone do poder criativo da mulher. O labirinto é o corpo da Deusa, o centro dele é o seu útero.
Em sua origem, o labirinto se refere ao Palácio de Cnossos em Creta, um edifício decorado ricamente com o símbolo do Labrys. Nele danças sagradas eram performadas por mulheres, que percorriam um longo caminho que conduzia ao centro do Palácio e para fora dele novamente, evocando o tema do nascimento, vida e morte.
Baseados nesta simbologia podemos deduzir que o Labrys representa a Deusa, transformando morte em vida. O machado também reitera a forma da borboleta e sua capacidade de se transformar de uma lagarta dentro de um casulo numa criatura alada, livre. O crescente aberto da extremidade superior do machado nos remete ao arco dos tubos uterinos, se encurvando do útero em direção aos ovários.
Símbolos semelhantes ao Labrys aparecem em objetos religiosos escandinavos, africanos e gregos onde é freqüentemente um símbolo feminino, provavelmente lunar em sua origem.
O Labrys representa a Deusa Mãe, assegurando o desenvolvimento da humanidade em seus braços. As lâminas do machado podem ser interpretadas como crescentes lunares e os braços da Deusa, protegendo e transformando os ciclos da vida
O Labrys também está diretadamente ligado às Amazonas, uma sociedade mítica de mulheres guerreiras cultuadoras de Ártemis que jamais se submeteram às vontades masculinas e valores da cultura patriarcal. Dentre todos os instrumentos de guerra o Labrys era o seu preferido. Mitos sobre as Amazonas são encontrados na Grécia antiga, Roma, África, Ásia Minor e Creta.
A palavra a Amazona tem sido traduzida largamente como "igual aos homens", evocando em nossa mente poderosos simbolismos de reivindicação de igualdade nos direitos entre homens e mulheres. Assim, o Labrys pode ser interpretado como um símbolo de busca pela verdade feminina e hoje é freqüentemente usado como um sinal de identidade e solidariedade entre o movimento feminista.
